O ex-governador Jackson Lago (PDT) declarou na manhã de ontem que, nas eleições do próximo mês de outubro, o povo do Maranhão, unido, terá a chance de derrotar definitivamente nas urnas a oligarquia Sarney. Com um discurso emocionado, durante a pré-convenção de quatro partidos (PDT, PSDB, PPS e PTC) que apoiarão sua campanha ao governo do Estado, Jackson manifestou seu apoio à pré-candidatura de José Serra à Presidência da República.
Ele foi enfático ao declarar que as oposições no Maranhão não podem permitir que os avanços e as ações positivas do governo do presidente Lula sejam trocados pela sobrevivência das oligarquias no estado e no país.
“Não podemos deixar que debaixo do manto do carisma, do carinho e amor que o povo tem pelo presidente Lula, possam sobreviver os exploradores do nosso povo”, disse Jackson Lago, último a discursar no evento que reuniu centenas de pessoas no auditório do Rio Poty Hotel, na Ponta da Areia, em São Luís.
Pela primeira vez desde que Jackson Lago anunciou sua disposição em concorrer às eleições de outubro, o prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), participou de ato de apoio à reeleição do governador, deposto numa decisão de quatro ministros da Justiça Eleitoral.
Todos os discursos proferidos no ato fizeram referência à cassação do pedetista. O ex-ministro do STJ, Edson Vidigal (PSB), apontou aberrações e afirmou que engendraram um processo contra o então governador Jackson Lago no TSE com único propósito de cassá-lo. Segundo Vidigal no processo houve subtração de instância, um caso inédito na história da Justiça brasileira.
Vidigal e o deputado federal Roberto Rocha (PSDB), ambos candidatos ao Senado Federal pela coligação das quatro legendas, ressaltaram a importância de fortalecer o projeto nacional de apoio a José Serra no Maranhão. Lideranças de outros partidos também prestigiaram a pré-convenção, como o deputado estadual petista Valdinar Barros.
Ele defendeu que paralelamente à luta pela vitória na eleição de governador do estado, as oposições devem fortalecer sua representação nas bancadas estadual e federal; e também no Senado Federal. A estratégia é impedir que continue a dependência da administração estadual à vontade do grupo Sarney.
“Fui prefeito três vezes de São Luís e eu nunca consegui um centavo de empréstimo junto às organizações financeiras internacionais por dependerem da aprovação do Senado. Eles ficavam bloqueando”, lembrou Jackson Lago.
Entre as críticas ao grupo que se instalou no Palácio dos Leões por conta do que denomina “golpe judicial”, Jackson Lago destacou a suspensão dos convênios com os municípios. Segundo Lago, eles atingiram principalmente a área da saúde, prejudicando grande parcela da população maranhense. Citou o grande Socorrão construído ainda durante o seu curto mandato, no município de Presidente Dutra, como referência do projeto de descentralização das ações do governo.
Jackson Lago apontou as relações promíscuas que o grupo liderado pelo senador José Sarney (PMDB-AP) estabeleceu com as instituições federais ao longo de quase meio século de mando no estado.
“Eles nos cassaram porque não queriam que continuássemos no governo construindo escola para abrir o conhecimento a centenas de milhares de jovens de nosso estado. Se sentiram incomodados pela perspectiva de como o conhecimento iria levar à libertação”, mensurou o ex-governador do estado. Vamos vencer as eleições para o governo, “assim como vencemos em 2006”, concluiu Jackson Lago.
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