quarta-feira, 28 de abril de 2010

Governo não cumpre promessa e Colun continua abandonado


Deu no JP:
Fechado desde o ano passado para uma reforma que ainda não tem data definida, o Colégio Universitário (Colun), situado na Rua Gabriela Mistral, no Bairro da Vila Palmeira, continua abandonado e está sendo tomado pelo matagal que cresce em toda a área da escola. O prédio foi alvo da ação de vândalos e se encontra depredado, a exemplo dos portões da entrada que estão quebrados. No mês de agosto do ano passado, o então secretário estadual de Educação, César Pires afirmou que uma escola da rede estadual seria construída no local, mas até o momento nada foi feito. Enquanto isso, quem mora no bairro observa o patrimônio público sendo destruído pela falta de ação das autoridades.

Inaugurado em 1980, o Colun, colégio considerado modelo para o ensino fundamental e médio, nunca recebeu melhorias estruturais. Os dois prédios da escola pertencem ao Estado, mas a responsabilidade pela manutenção e dos recursos para o funcionamento era da Universidade Federal do Maranhão (Ufma). O objetivo principal do estabelecimento era servir de laboratório para os alunos e graduados nos cursos de licenciatura da Ufma. Atualmente toda a estrutura física da escola está comprometida: piso, telhado, paredes, portas, janelas, rede elétrica e sanitária.

Segundo o vendedor Francisco Pereira, que trabalha próximo à escola, logo após o fechamento era comum a presença de pessoas roubando portas, janelas, carteiras, louças dos banheiros, lâmpadas, materiais hidráulicos e elétricos, inclusive a fiação. O vendedor disse que o crescimento do mato facilitou a ação dos marginais que não só se escondiam como também usavam as dependências do Colun para encontros amorosos e uso de drogas. "Só fico com preocupado quando tenho que ir para casa, pois moro aqui perto e já presenciei muitas situações desagradáveis dessas pessoas saqueando a escola. A situação é de medo e insegurança, tanto por parte de quem trabalha como de quem reside aqui na área", disse.

A presidente da Associação de Moradores da Vila Palmeira, Valdenir Moraes, explicou que havia uma 'luta de braço' entre as secretarias de Segurança Pública e de Educação, mas por conta do pedido e intervenção dos moradores a Seduc ficou com a posse da escola. Ela explicou que após várias reivindicações da comunidade, a Secretaria de Educação colocou serviço de segurança 24 horas no prédio. "Há quase um mês, um grupo de pais e mestres da escola se reuniu com o secretário e foram informados que após a reforma que será pedida em caráter emergencial, será implantada uma escola de capacitação técnica. Porém, não informaram prazos para nada. Os alunos do Colun continuam estudando uma parte na Ufma outra parte em uma escola no Bequimão", declarou.

Prejuízos - O morador Paulo Pereira, que reside na Vila Palmeira há 25 anos, explicou que a retirada da escola da área prejudicou consideravelmente os alunos e seus pais, uma vez que os mesmos precisam de tempo e dinheiro para se deslocar junto com os filhos para as áreas do Bacanga e Bequimão. Ele revelou que, na maioria das vezes, os alunos mais velhos acompanhavam os mais novos até em casa, mas com a divisão de bairros é necessário que os pais, independentes de seus compromissos, se desloquem para buscar os filhos. "Estudei a vida inteira neste colégio e nele está fixada a história de vida de muitas pessoas que moram na Vila Palmeira e em bairros adjacentes. É muito triste ver o descaso com que estão tratando este prédio", afirmou.

Ano passado o então secretário César Pires teria se reunido, por várias vezes, com uma comissão do Movimento Popular da Vila Palmeira, além de moradores e pais de alunos, onde enfatizou que a decisão da governadora Roseana Sarney foi de instalar uma escola da rede estadual no referido prédio. O secretário teria constatado as condições precárias do prédio e afirmou que a estrutura deteriorada por ações de vândalos, e pelo péssimo estado de conservação se encontrava em estado deplorável. Na ocasião, César Pires afirmou que oficializaria a reclamação a cerca da situação em que se encontrava o Colun à Ufma e à Promotoria de Educação, já que o prédio estava abandonado há mais de três anos.

"É necessária a união de forças com a comunidade para que possamos transformar este prédio em uma escola de referência. A Seduc já comprou a causa, seria um dano sem precedentes para a educação no Maranhão que uma escola desse porte fosse desprezada. O governo passado permitiu que esta escola se deteriorasse, por isso há muito que fazer aqui. É necessário que esta escola seja reconstruída para oferecer aos alunos uma estrutura de qualidade", enfatizou César Pires, ano passado.

Seduc - Por meio de sua assessoria de comunicação, a Seduc informou que já elaborou um projeto básico contemplando a reforma e a recuperação total das instalações do Colun. Foi informado também que a reforma já foi orçada, sendo aguardado somente a dotação orçamentária para que seja encaminhado o processo licitatório, mas que não há prazo ainda para isso acontecer.

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