Ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o senador João Alberto (PMDB-MA) será o futuro corregedor da Casa. Ele substituirá o senador Romeu Tuma (PTB-SP), que morreu em outubro e ocupou o cargo em 15 dos 18 anos de existência do posto. Tuma sempre creditou a Sarney o convite para permanecer na Corregedoria.
O presidente do Senado, desta vez, afirma que não tem nada a ver com a indicação. Alega que a competência não é sua e, sim, dos líderes partidários, mais precisamente do líder do PMDB na Casa, o senador Renan Calheiros (AL).
Renan, por sua vez, também nega a paternidade da indicação de João Alberto. "O Sarney é quem vai decidir", justificou o senador. Cabe ao corregedor abrir sindicância no âmbito do Senado sobre denúncias envolvendo os parlamentares da Casa.
"Missão". Mesmo negando o convite para assumir o cargo, João Alberto afirma que aceita a "missão". "Sou senador, estou pronto para servir o País em qualquer cargo e em qualquer lugar", diz o futuro corregedor. "Mas não há nada oficial, Sarney não falou comigo, tive um telefonema da liderança na quinta-feira, o que eu sabia é que iria para o Conselho de Ética", afirma, apesar da confirmação de auxiliares do presidente do Senado.
Em 2003, Sarney indicou João Alberto para a presidência do Conselho de Ética, o que praticamente brecou as atividades do órgão. Ele e João Alberto são amigos de longa data. Foi o senador maranhense, então governador do Maranhão, que cedeu para a família de Sarney o Convento das Mercês, do século 17, palco dos sermões do Padre Vieira, para ele instalar ali o seu memorial.
(O Estado de São Paulo)
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